Aprendizagem Inovadora

Ao falar em inovação uma das coisas que nos vem à mente é tecnologia e pensando em tecnologia não dá para não imaginar computadores. Até aqui tudo bem, mas como envolver os alunos na convicção da utilização dos computadores e tecnologias para a inovação e o bem estar social?

Acho que devemos primeiramente compreender onde queremos chegar para só então traçar estes caminhos. Precisamos definir nossas estratégias de ensino e adequar os modelos de ensino (quando existem) às nossas realidades. Constantemente me flagro pensando em como utilizar as TIC´s de maneira inovadora com meus alunos e em seguida me policio para pensar como “ALUNO”, ou seja, como eu gostaria de utilizar a tecnologia para aprender? ou mesmo como fazer as TIC´s se tornarem atraentes e relevantes para a minha própria aprendizagem? A resposta a estas questões pode não estar muito longe e acho que isto que estamos fazendo nesta comunidade dos Educadores Inovadores vai nos encaminhar para a solução mais apropriada.

Outra questão importantíssima é a replicação destas práticas que estão surtindo resultados positivos. Como foi dito no Blog da Prof. Claudia Almeida Pires (http://cid-8b42d1d6eb1913de.profile.live.com/) também acredito não ser uma tarefa fácil e possível simplesmente replicar os projetos inovadores mas acredito que a solução não seja difícil e por coincidência pode ser encontrada no texto de José Manoel Moram (http://www.eca.usp.br/prof/moran/bases.htm), comentado no Blog da Prof. Teresinha Bernardete Motter (http://bernardetemotter.spaces.live.com/blog/cns!CDA667461BBFA910!263.entry) que afirma a importância de focarmos a formação dos professores. Creio que com uma boa base conceitual e conhecimento sobre as mais diversas linhas de pensamento, escritores, teólogos e filósofos da educação, cada professor pode e deve formar sua própria opinião sobre estes métodos e linhas de pensamento, ou mesmo desenvolver uma reflexão crítica que o auxilie na compreensão dos métodos e atividades do seu dia a dia.

Gosto de exemplificar isto com o que ocorreu comigo. Em 2007 comecei a trabalhar com pequenos projetos de robótica na escola que leciono. Foi um verdadeiro sucesso entre os alunos, superando todas as expectativas quando um grupo de alunos destes projetos conquistaram o primeiro lugar na FETEPS 2008. Fiquei impressionado com o resultado, mas não sabia exatamente “onde” nós tínhamos acertado. Não tinha consciência se foram as aulas “diferenciadas”, os conteúdos extra-curriculares, a motivação individual dos alunos, a estreita participação dos alunos no projeto, as tecnologias envolvidas, a criatividade aflorada, enfim, a percepção do que estava acontecendo a nível de conceituação pedagógica era sutil demais para ser compreendida e não havia como ocorrer uma apropriação deste conhecimento para definir o que deu certo, ficando portanto, difícil de replicar. Ao cursar minha licenciatura em Informática tive contato com várias linhas de pensamento, autores, metodologias e demais materiais que possibilitaram a compreensão e apropriação dos conhecimentos necessários para alicerçar este projeto utilizando a robótica educacional. Estudei muito as “práticas” da Escola Nova na visão de Dewey, conheci as “múltiplas inteligências” de Gardner, aprendi com Vygotsky sobre como a socialização das idéias permite a construção dos saberes e em uma breve leitura de Paulo Freire e Papert percebi que a liberdade e o acesso ao ensino e suas ferramentas, sejam elas tecnológicas ou não são fundamentais para todo este processo de aprendizagem inovadora.

Baseado nesta experiência, acredito que o primeiro passo para a democratização da inovação em sala de aula é a capacitação docente. Não apenas através dos cursos regulares de graduação, licenciaturas e pós-graduação, mas também através da pesquisa autônoma sobre assuntos de interesse e pertinência pessoais, em discussões, encontros e debates como estes que estamos realizando nestas atividades do fórum dos Educadores Inovadores em Rede. Acho que esta troca de experiências e opiniões é muito rica e com certeza contribui para o crescimento de todos e a formação de opiniões que com certeza serão incorporadas, mesmo que de uma forma sutil, em nossos projetos.

Para quem se interessar nestas linhas de pensamento e teorias que citei, criei temporariamente em minha página um espaço com diversos materiais. O link é: <http://www.vazzi.com.br/index_artigos.htm> Assim que terminar de organizar e catalogar os materiais, providenciarei um site “mais organizado”.

Um grande abraço a todos.

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Um comentário

  1. Cláudia Almeida disse:

    Boas as suas colocações Márcio! Importante refletir sobre as questões levantadas quando você fala:"[…] Fiquei impressionado com o resultado, mas não sabia exatamente “onde” nós tínhamos acertado. Não tinha consciência se foram as aulas ‘diferenciadas’, os conteúdos extra-curriculares, a motivação individual dos alunos, a estreita participação dos alunos no projeto, as tecnologias envolvidas, a criatividade aflorada, enfim, a percepção do que estava acontecendo a nível de conceituação pedagógica era sutil demais para ser compreendida e não havia como ocorrer uma apropriação deste conhecimento para definir o que deu certo, ficando portanto, difícil de replicar. […] Baseado nesta experiência, acredito que o primeiro passo para a democratização da inovação em sala de aula é a capacitação docente".Meu próximo post tocará nesse ponto!Abraços!

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