CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO COTIDIANO DO GESTOR ESCOLAR NA ATUALIDADE

Falar sobre gestão escolar nos dias de hoje do pós pandemia é como navegar em águas desconhecidas. Trabalho cotidiano então… qual cotidiano? Remoto? Presencial? Híbrido? Estamos vivenciando um momento histórico ímpar e que acredito ser a grande oportunidade de mudança sólida nos conceitos e culturas de gestão educacional.
Nem Marx nem Freire nem mesmo toda autonomia que se pode dar às escolas conseguirão suprir as cicatrizes que esta pandemia deixou na história da educação. Mas como sempre digo: Devemos parar de reclamar e aproveitar as oportunidades que todo problema carrega consigo. Neste caso serei mais específico e arrisco a dizer que a pandemia “desconstruiu” a instituição escola como estávamos acostumados a vê-la. Naturalmente a sociedade se deparou com uma situação que deixou claro que escola não é feita de tijolos, escola não é um espaço estanque e limitado, escola não é depósito de alunos. Profissionais da educação de um lado, famílias de outro e ambos sendo pressionados pelos protocolos sanitários a “não se moverem”. Mas a escolarização sobreviveu! Não de uma maneira democrática, justa e igualitária mas sobreviveu a todas as intempéries políticas e sociais demonstrando que é possível ensinar e aprender em quaisquer situação.
Então, esta é a oportunidade que temos de ressignificar a escola atribuindo a ela toda magnitude que a ela pertence. Devemos nos livrar dos paradigmas capitalistas enraizados nas estruturas administrativas sem que isso prejudique “o caixa” das escolas, afinal de contas vivemos em uma sociedade capitalista. Precisamos nos livrar dos grilões da administração científica como base da gestão escolar sem nos esquecermos de temporizar e qualificar adequadamente cada uma das fases da escolarização. Podemos sim flexibilizar a educação para torna-la mais humana porém sem reduzir a intensidade curricular ou os valores locais de cada escola.
Diante deste cenário arrisco dizer que o cotidiano da gestão escolar está se transformando e os gestores devem abrir suas mentes para o novo, o futuro, o perfil de cidadão que não é mais aquele do pré-pandemia. Estamos diante de um novo cenário educacional e acredito que é neste cenário que a educação deve crescer e mostrar todo seu potencial desmitificando o “templo escolar” como único monumento dos saberes e valorizando cada vez mais a expertise leiga e o autoconhecimento como fonte de aprendizado para que assim todos possamos construir juntos um futuro onde caibam todos.

REFERÊNCIAS
LIMA, Licínio C. Autonomia da Pedagogia:as Decisões Autônomas dos Professores, a Autonomia das Escolas e a Democratização dos Poderes Educativos

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