Será que é mesmo possível a “Gestão democrática e planejamento participativo na escola?”: a análise sintática nos diz que não há verbo nem sujeito. E é assim que vejo, não de forma pejorativa, a situação de nossas instituições de ensino nos dias de hoje. Vejamos então, como diria o famoso general e filósofo SunTzu “Dividir para conquistar”, vamos analisar cada parte da frase: Gestão democrática e planejamento participativo na escola.
Começando pela gestão que, segundo o dicionário Aurélio é a função ou exercício da pessoa responsável pela administração; gerência. Então gestão é administração que segundo o mesmo dicionário é ação de administrar, de dirigir os negócios públicos ou privados. Excelente, já encontramos uma ação e um verbo escondidos na frase.
Seguindo para a palavra democrática/democracia nos deparamos com o conceito de que é uma espécie de “Governo em que o poder é exercido pelo povo” então se unirmos Gestão democrática podemos concluir que é algo administrado pelo povo ou pelas pessoas afetas ao “objeto administrado”.
Seguindo com nossa análise, planejamento é a ação de preparar um trabalho, ou um objetivo, de forma sistemática determinando etapas, procedimentos ou meios que devem ser usados no desenvolvimento deste trabalho. Já a palavra participativo refere-se a atividades em que há participação dos interessados e neste caso, se analisarmos o planejamento participativo, mais uma vez nos deparamos com a questão da coletividade que deve se unir para preparar alguma coisa.
Então “pleonásticamente falando”, as quatro primeiras palavras dizem que algo deve ser feito/planejado pelo povo ou por todos os interessados/envolvidos no produto final. Lindo!
Por fim a escola: estabelecimento que se destina ao ensino, público ou particular. Instituição pública ou privada que abriga um conjunto de professores, alunos e funcionários.
SOCORRO!
Não tenho a intenção de romantizar o termo/conceito de educação mas confesso que foi a primeira vez que me surpreendi com a frieza da definição de um termo. Mas vamos lá, unindo mesmo que superficialmente as palavras definidas acima e fazendo uma interpretação simples e concisa teríamos algo como:
“A gestão democrática e planejamento participativo na escola nada mais é do que viabilizar a participação ativa de todos os envolvidos na instituição denominada escola, nos processos de ensino a fim de atingir os objetivos também escolhidos por todos”.
Com esta definição um pouco mais aprofundada me atrevo a dizer que precisamos evoluir muito nas questões educacionais em nosso país antes de atingirmos a grandeza utópica da definição que acabamos de construir.
Faço tal afirmação pois a população em geral ainda não desmistificou a instituição escolar. Vivemos em uma realidade, pós pandêmica inclusive, em que as pessoas vão à escola, ou mandam seus filhos à ela como se lá fossem encontrar a solução de todos os problemas. A cultura em torno da instituição escolar é a de que sem ela (escola) não há futuro. Não estou desmerecendo a escola mas devemos nos lembrar que educação ou escolarização como prefiro chamar, não é só conteúdos e currículos a escola é processo e não produto final. A educação informal também faz parte de todo processo de construção dos conhecimentos e da formação integral do ser humano.
Desta forma, é louvável preconizar que a escola é de fundamental importância para o desenvolvimento humano mas acredito que as pessoas ainda não se sintam preparadas para participar ativamente da elaboração de propostas consistentes para o desenvolvimento da escola do seu bairro ou da sua cidade. Neste sentido estou convencido que o fomento à participação da comunidade escolar nas decisões e direções de cada uma das unidades escolares espalhadas por este Brasil será a chave para que as escolas, individualmente, se adequem melhor às necessidades regionais constituindo-se em agradáveis ambientes onde a apropriação dos conhecimentos acontecerá de forma natural e perpétua.
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