Educação, Inovação e as Tecnologias.

Gostei da afirmação de Moran “A educação é um processo onde reunimos o maior número de certezas para lidar com as incertezas.” Também aprecio sua visão de que o aluno deve estar motivado a aprender novas coisas, não basta transmitir os conhecimentos por si só, sem um objetivo ou finalidade que se aproxime da realidade do aluno. Isto é uma reflexão à hierarquia das necessidades de Maslow, onde o indivíduo necessita de uma motivação para agir e estas motivações, segundo o próprio Maslow seguem uma hierarquia. É uma teoria interessante que se aplica muito bem aos conceitos de aprendizagem. Também acho que o professor não deve achar que é o dono da verdade absoluta pois devemos valorizar os diversos tipos de conhecimentos (Gardner) bem como proporcionar que os alunos construam seu próprio conhecimento através de reflexão e do “fazer as coisas” em sociedade. (Construcionismo de Vigotsky). Não gosto da idéia de “plantar” conceitos prontos, aprecio o valor da oportunidade de pensamento livre.

Achei muito interessante o Blog do Professor Moram (http://www.moran10.blogspot.com/) indicado pelo professor Guilherme E. Hartung no site Ponto de Encontro.

Falando sobre inovação, acho que isto é um processo natural. Uma vez que o indivíduo (aluno ou professor) esteja em um ambiente favorável, motivado com as atividades a serem desenvolvidas, com tempo suficiente para leituras e desenvolvimento de demais atividades, a inovação, no meu ponto de vista é algo que surge naturalmente, pois o homem tem este dom de criar, inventar, melhorar e aprimorar seu trabalho e tudo o mais que ele desenvolve. Quando as pessoas estão plenamente satisfeitas e realizadas com suas atividades, basta um pequeno direcionamento ou questionamento para que tenha início um processo de recriação e transformação dos modos de trabalho e de como “enxergamos o nosso mundo” e a sociedade. Na semana passada, por exemplo, eu incitei meus alunos a refletir sobre o meio ambiente, eu dei um questionário sobre o tema da matéria lecionada (Sistemas Operacionais) e disse que as respostas deveriam conter algo que referenciasse o meio ambiente. As respostas foram tão intrigantes que eu também resolvi “me provocar” com este tema e esta resposta ao nosso fórum. Pronto, O ambiente estava propício, a motivação foi despertada, o tempo era suficiente e então re-criei o logo do fórum com o tema Meio Ambiente.

Quanto ao uso das tecnologias na escola, acho que isto também é um processo que deve ser naturalmente desenvolvido. O que falta, no meu ponto de vista, é a qualificação docente para o uso adequado destas tecnologias. Sei que pode parecer falta de ética falar de meus colegas professores (não todos é claro) mas sempre que o assunto é tecnologia, todos olham para os “professores de informática”, como se isso fosse uma coisa que só eles, da chamada “área de tecnologia” fossem capazes de solucionar. A tecnologia deve ser vista como ferramenta, não como solução ou simples marketing para as escolas. Já presenciei professores com pilhas de transparências (aquelas para retro-projetor) afirmarem que a tecnologia é fantástica só pelo fato de hoje utilizar o PowerPoint. Mas e a didática? E a dinâmica? Nada disso foi mudado, as aulas continuaram as mesmas, o que mudou foi só o meio de “passá-las” aos alunos. Costumo dizer que a tecnologia é como um remédio, deve ser ministrado em pequenas doses e sob receita/orientação senão, uma superdosagem pode até “matar” e como sempre, a tecnologia será a culpada.

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4 comentários

  1. Educadores disse:

    Caro MárcioPrimeiro parabéns pelo logo, nada como usar a criatividade!!!Segundo, como você acredita que podemos incentivar alunos a inovar? Você citou um exmplo do fórum, por meio da incitação de um tema, acha que a instigação é um caminho para a transformação?

  2. MARIA DE FATIMA disse:

    Marcio seu blog está 10!!!!!!!!! Concordo com você, que as novas tecnologias precisam ser pensadas além de mais um recurso.

  3. Marcio disse:

    Respondendo à pergunta: "…acha que a instigação é um caminho para a transformação?"Acho que sim pois se estudarmos um pouco a própria natureza humana, veremos que o ser humano tem uma tendência natural a reagir a uma provocação independente qual seja ela. A própria história das guerras ilustra muito bem isso. Se encararmos esta característica tipicamente humana de reagir quando "provocados" como uma ferramenta para o ensino, podemos sim fazer uso desta índole para incitar os alunos a aprender. A própria teimosia típica do ser humano/aluno pode e deve ser utilizada de maneira benéfica para seu aprendizado. Gosto muito de um conto bem humorado que diz assim: Você sabe como se faz para colocar 10 pessoas dentro de um fusca? Basta afirmar para um teimoso que não dá. Este desafio constitui-se em uma excelente forma de integrar o indivíduo à resolução dos problemas. Eu utilizo muito esta técnica em meus projetos e o resultado sempre é positivo.

  4. Marli disse:

    Márcio, boa essa do fusca! Quando conseguimos instalar ou despertar a curiosidade nos alunos, penso que então eles partem para a busca do conhecimento. Mas ainda existe entre eles muito da cultura herdada de outras gerações. Receber tudo mastigado é mais cômodo. Porém, à medida que vão descobrindo o prazer de aprender por vontade própria, os conhecimentos acontecem de forma significativa.

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