EDUCAÇÃO INFANTIL

Falar sobre a educação infantil no Brasil é uma tarefa árdua. São muitas interpretações e definições que regulamentam este “período de aprendizagem” do ser humano que as vezes é preciso procurar ajuda de especialistas em direito educacional para compreender “o que se espera daquela nova regulamentação”. De certa forma é importante a preocupação com os “padrões” pois em um país tão imenso e pluricultural como o Brasil se não houver uma regulamentação norteadora fica difícil mensurar e quantificar os indicadores tornando impossível corrigir possíveis desvios. Confesso que não sou exímio relator desta modalidade, embora tenha cursado mestrado em educação, direcionei meus estudos e pesquisas no ensino médio e na graduação porém, tenho plena convicção de que são nos anos iniciais que se “ganha ou se perde” um aluno. Digo isso pois tenho a convicção de que quando o ser humano é colocado em situações agradáveis de aprendizagem, estas experiências positivas vão satisfazendo cada vez mais a curiosidade inerente do ser humano iniciando-se então o que eu intitulo de “ciclo vicioso da aprendizagem”. Quando isso acontece nos primeiros anos, acredito que esta sensação de prazer e realização se perpetuará por toda trajetória e vida escolar do indivíduo fazendo com que ele (aluno) busque o conhecimento por vontade própria e não por obrigação.
O problema, do meu ponto de vista, é que as escolas de ensino infantil, mesmo com toda legislação e regulamentação, muitas vezes são confundidas com as antigas “creches” se transformando em um verdadeiro “depósito de crianças” perdendo então a essência de ser uma instituição escolar. Tanto a comunidade, famílias e até mesmo alguns docentes e gestores não percebem que isto pode estar acontecendo de uma forma que parece natural para todos os envolvidos desviando as escolas infantis de sua finalidade principal que é trabalhar com a apropriação dos conhecimentos pertinentes a cada um dos níveis escolares. É comum, como já citei, encontrarmos escolas infantis que não se atentam para sua real função social de inserir o aluno nos costumes locais, direcionando suas atividades diárias a tão somente cuidar, alimentar e brincar com as crianças sem relacionar tudo isso com o contexto local.
Minha intenção não é criticar a sociedade nem tampouco os profissionais da educação infantil e sim chamar a atenção para as rotinas do dia a dia que muitas vezes se institucionalizam de maneira errada, não propositalmente, mas por conta da falta de conhecimento ou até mesmo da cultura local de “não mexer no que já está funcionando”, mesmo que esteja funcionando de maneira equivocada.
De qualquer forma, a conscientização da população, unida a uma capacitação mais pontual dos profissionais da educação infantil, desde cuidadoras, docentes e até mesmo gestores, podem contribuir bastante no correto direcionamento dos rumos da educação infantil.

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